18/08/2016 14:25:44
Economia
Alta oferta de trigo no mundo segura preço do pãozinho francês
Mesmo com a alta do dólar, não houve repasse para o trigo. Em 2014, moeda valia R$ 2,20 e agora a R$ 4,16
DivulgaçãoAlta oferta de trigo no mundo segura preço do pãozinho francês
Todo SegundoPor Raphael Hakime, do R7

 O setor de panificação assegura: se não fosse a alta oferta de trigo no mercado mundial, que fornece mais de 5 milhões de toneladas ao Brasil todos os anos, a valorização do dólar sobre o real teria deixado a farinha de trigo mais cara e, em consequência, o preço do seu pãozinho francês teria subido bem acima da inflação nos últimos meses (veja o raio-X das padarias brasileiras abaixo).

O diagnóstico é do presidente do Sampapão, entidade que congrega o Sindicato e Associação dos Industriais de Panificação e Confeitaria e o IDPC (Instituto do Desenvolvimento de Panificação e Confeitaria), Antero José Pereira.

— Mesmo com a alta do dólar, não houve repasse para o trigo porque é uma commodity [matéria-prima básica] e o mundo está abarrotado de trigo. Com isso, o preço desse trigo baixou muito porque a oferta está alta, e os moinhos estão conseguindo comprar a um preço acessível. Antes, se tivessem que repassar a alta do dólar no trigo, que passou de R$ 2,20 para R$ 4, para o pãozinho, o produto teria dobrado de preço.

Em abril de 2014, a moeda americana chegou a ser vendida por R$ 2,19. Já em janeiro de 2016, o dólar comercial era negociado a R$ 4,16 no País por causa da instabilidade política, que se refletia na economia nacional. Nesta semana, o dólar recuperou quedas sucessivas da semana anterior e chegou a valer R$ 3,21.

Em 2016, o pão subiu 5,19% de janeiro a julho, enquanto a inflação oficial medida pelo IPCA ficou em 4,96%.

O Brasil consome, aproximadamente, 10 milhões de toneladas de trigo por ano, mas produz cerca de 5 milhões. Então, precisa de 5 milhões de toneladas de trigo comprados de outros países por ano. Além de volume, as panificadoras do País requerem alto nível de qualidade — e só o trigo importado atende perfeitamente às necessidades da indústria de pães.

O presidente do conselho deliberativo da Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo), Marcelo Vosnika, explica que o setor de panificação brasileiro consome a maior parte do grão comprado de outros países — especialmente Argentina, Uruguai e Paraguai.

— O consumo do Brasil, mais de 75%, é para panificação. O restante é para macarrão, biscoito, farinha de pacote. Esse tipo de trigo realmente não tem em excesso no Brasil, a demanda é muito grande. O Rio Grande do Sul exporta trigo, mas não dá uma qualidade desejada pela panificação e ao mesmo tempo o Brasil importa trigo para o mercado doméstico.

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