Por Geovan Benjoino
O polo industrial de Palmeira dos Índios, que será implantado no povoado Batingas, localizado às margens da BR-316, vai preservar as casas construídas por 72 famílias há 60 anos, inclusive pela moradora Maria da Conceição, de 102 de idade, que tempo atrás se sentiu mal ao tomar conhecimento que as casas iam ser destruídas.
Uma fonte confidenciou que o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Palmeira dos Índios José Maria Melo da Costa está radiante de felicidade, pois tomou conhecimento que o prefeito James Ribeiro vai executar as obras preservando as famílias, defendidas de forma intransigente pelo líder ruralista.
José Maria Melo da Costa é a favor da implantação do polo industrial, mas é terminantemente contra a demolição das casas, construídas por mais de meio século diante da omissão das autoridades do município e do Governo Federal.
O povoado Batingas tem rede de energia e de água implantada com o aval de todos os poderes, principalmente do executivo e legislativo.
“Ninguém pode dizer que nós caímos aqui de paraquedas. Chegamos aqui com o conhecimento e apoio de todos, e com muito trabalho construímos as nossas casas, depois de anos fazendo economia para juntar um dinheirinho. Até fome passamos”, ressalta uma moradora mãe de 9 filhos, que não quis se identificar com medo de ser perseguida.
Depois de polemizada e levada ao conhecimento da sociedade a destinação da comunidade do povoado Batingas, a municipalidade resolveu aproveitar a iniciativa de José Maria Melo da Costa, ou seja, preservar as 211 pessoas em seu habitat, afinal a comunidade levou anos para construir suas casas, com sacrifício, suor e trabalho.
José Maria Melo da Costa disse que é perfeitamente compatível a industrialização do povoado e a preservação das famílias moradoras, pois a área tem espaço suficiente para o polo industrial sem precisar demolir as 72 casas construídas.
O povoado tem mais de 100 tarefas de terra, inclusive 32 duas vizinhas ao campo de pouso, invadidas por um agropecuarista, segundo revelou um morador, que pediu para não ser identificado temendo por sua vida.
As 100 tarefas de terra pertenciam ao município, posteriormente foram doadas à Aeronáutica e devolvidas recentemente ao município.
Coração “partido”
Abordada na época da polêmica da possibilidade de ter a casa destruída literalmente, a centenária Maria da Conceição, lúcida e com os olhos lacrimejados de emoção, ressaltou que não suportaria, depois de 60 anos morando no Batingas, ser expulsa do povoado que ajudou a construí-lo.
“Meu filho, se minha casa for destruída serei também destruída com ela”, enfatizou a mais antiga moradora da comunidade do povoado Batingas. “A dor que sinto é muito grande e o buraco que vai ficar no meu coração não tem nada do mundo que o tape”, enfatiza Maria da Conceição, um dos arquivos vivos de parte da história de Palmeira dos Índios.
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