As obras de implantação do sistema de esgotamento sanitário em Palmeira dos Índios, executadas pela concessionária Águas do Sertão, têm gerado insatisfação entre os moradores devido aos transtornos causados durante a execução dos serviços. Apesar da relevância do projeto para a infraestrutura do município, relatos de prejuízos e descaso se multiplicam.
Moradores de bairros como Vila Maria, Eucalipto e São Francisco apontam problemas recorrentes, como ruas danificadas, lama, poeira e acessos bloqueados. Um dos principais pontos de crítica é o rompimento de canos durante as escavações. “Estamos sem água por causa do rompimento dos canos. A obra começou e até agora não resolveram”, relatou Aparecido, residente na Vila Maria.
Além dos danos à rede de abastecimento, há reclamações sobre o estado das calçadas e ruas após as intervenções. Segundo os moradores, os serviços da empresa danificaram calçadas com diferentes tipos de revestimento, como cimento, cerâmica e pedra, que até o momento não foram recompostos. “Quebraram parte da calçada da frente da minha casa e deixaram do jeito que estava. Estamos tendo que arcar com o prejuízo”, disse Jonathan da Silva, do bairro Eucalipto. Situação parecida foi descrita por “Biu”, comerciante da Rua Genésio Moreira, no bairro São Francisco: “Tem buraco aberto há semanas e ninguém aparece para consertar. Fica perigoso até para quem anda a pé.”
Com a aproximação do período chuvoso, cresce a preocupação com a piora nas condições das vias e o aumento dos riscos à segurança da população. Os moradores exigem que a empresa seja mais ágil e responsável na recomposição das áreas afetadas.
Em resposta às críticas, a concessionária Águas do Sertão enviou uma nota ao Portal Todo Segundo esclarecendo os motivos da demora na liberação das ruas após a conclusão da instalação da rede coletora de esgoto.
No comunicado, a empresa afirmou: “Sabemos que a interdição prolongada tem causado transtornos e pedimos a compreensão de todos. Após a instalação da tubulação, foi realizada a reposição do calçamento com paralelepípedos, um processo que exige cuidados especiais. Para garantir a durabilidade e a segurança da via, é necessário respeitar um tempo de cura e assentamento, permitindo que o solo compactado abaixo das pedras se estabilize corretamente. A liberação antecipada da rua poderia causar desníveis, afundamentos ou deslocamento das pedras, comprometendo a qualidade da pavimentação e exigindo novos reparos no futuro.”
A empresa acrescentou ainda que está monitorando o processo de perto e que a liberação ocorrerá assim que for tecnicamente segura. “Agradecemos pela paciência e colaboração durante esse período de melhorias”, concluiu a nota.
Diante das reclamações, a reportagem buscou posicionamento da Águas do Sertão, que encaminhou uma nota oficial ao portal Todo Segundo, explicando os motivos da demora na liberação das vias após a conclusão das obras.
Confira a nota da empresa na íntegra:
“Gostaríamos de informar e esclarecer os motivos da demora na liberação da rua após a conclusão das obras de instalação da rede coletora de esgoto em nossa localidade.
Sabemos que a interdição prolongada tem causado transtornos e pedimos a compreensão de todos. Após a instalação da tubulação, foi realizada a reposição do calçamento com paralelepípedos, um processo que exige cuidados especiais. Para garantir a durabilidade e a segurança da via, é necessário respeitar um tempo de cura e assentamento, permitindo que o solo compactado abaixo das pedras se estabilize corretamente.
A liberação antecipada da rua poderia causar desníveis, afundamentos ou deslocamento das pedras, comprometendo a qualidade da pavimentação e exigindo novos reparos no futuro.
Estamos acompanhando o processo de perto e trabalhando para que a liberação ocorra assim que for tecnicamente segura. Agradecemos pela paciência e colaboração durante esse período de melhorias.”
A Prefeitura de Palmeira dos Índios também informou que está fiscalizando os serviços e cobrando da concessionária maior agilidade na recomposição das vias e no atendimento às demandas da população.
O projeto de saneamento básico está previsto no contrato de concessão firmado entre o Governo do Estado de Alagoas e a Águas do Sertão, com objetivo de ampliar a cobertura de coleta e tratamento de esgoto no município. No entanto, moradores cobram mais organização e responsabilidade na execução das obras, para que o benefício não venha acompanhado de tantos prejuízos à rotina da cidade.
E-mail: [email protected]
Telefone: 3420-1621