Geovan BenjoinoMilitantes do MST invadem Ministério da Agricultura em Alagoas Todo SegundoPor Geovan BenjoinoNo última domingo (08), cerca de 800 militantes do Movimento Sem Terra (MST) invadiram e se acamparam na Superintendência do Ministério da Agricultura em Alagoas em protesto ao modelo do agronegócio implantado no Brasil e, especialmente em Alagoas, onde a monocultura da cana de açúcar está sendo substituída pelo plantio de eucalipto.
“O agronegócio faz muito mal ao Brasil; ele não produz alimento, agride o meio-ambiente, enche o bolso do capitalista e marginaliza famílias camponesas, que são expulsas de seu habitat para a periferia dos centros urbanos gerando problemas de toda ordem”, enfatiza Débora Nunes, da Coordenação Nacional do MST.
A líder dos Sem Terra revelou que o movimento acampado na Superintendência do Ministério da Agricultura em Maceió só deixará a repartição federal depois que cumprir duas pautas, uma federal e outra estadual.
“Queremos discutir o modelo selvagem do agronegócio, a ampliação da agricultura familiar, a implantação da reforma agrária em Alagoas e a efetivação de políticas públicas no campo”, ressaltou Débora Nunes revelando que o movimento está realizando a Jornada Nacional da Mulher Camponesa, que tem também a finalidade de destacar o papel da mulher no movimento dos Sem Terra. “A mulher está engajada na transformação do país, que precisa fundamentalmente melhorar o nível de vida da população”, disse.
A coordenadora do movimento disse que o agronegócio concentra-se basicamente no plantio da cana de açúcar, soja, milho e eucalipto. “Isso é péssimo para o brasileiro, pois a prioridade é o capital”, enfatiza Débora Nunes acrescentando que a bancada ruralista no Congresso Nacional é financiada pelo agronegócio. “Esse pessoal não tem compromisso com a classe trabalhadora. Essa gente só pensa em ganhar dinheiro e explorar o país”, ressalta.
Débora Nunes disse que 63% das terras agricultáveis de Alagoas estão cobertas de cana de açúcar. A líder camponesa enfatizou que essa ordem precisa ser invertida, como também diversificada.
“O governo federal tem que priorizar a agricultura familiar e implantar políticas públicas que transformem de fato e de direito a vida no campo; afinal é do campo que provém o alimento que nos mantém vivos”, enfatiza. “A nossa presença na Superintendência do Ministério da Agricultura tem esse objetivo: mostrar o mal provocado pelo agronegócio e destacar a importância da agricultura familiar”, conclui Débora Nunes.