Arquivo/TodoSegundoFechamento do Hospital Regional Santa Rita é crime inominável Todo SegundoPor Geovan BenjoinoO Hospital Regional Santa Rita de Palmeira dos Índios está vivendo sob dificuldades, prestes a fechar suas portas. Caso isso aconteça, o caos provocará prejuízos imensuráveis na saúde e no social de uma região que aglutina cerca de 20 municípios, sediada pela Terra Xukuru-Kariri.
Doentes piorarão seu estado de saúde, famílias amargarão as consequências do desemprego num mercado seletivo e escasso, o comércio sofrerá em suas atividades, a economia regional será enfraquecida e o poder público receberá menos impostos, que provocarão falta nas políticas públicas efetivas.
O Santa Rita, que já emprestou seus leitos e UTI a milhares de pacientes, agora agoniza na UTI da picuinha provocada por questões político-pessoais acontecidas há pouco tempo entre a municipalidade e a provedoria do Hospital.
Não empreendo caça às bruxas, não olho com lupa para enxergar detalhes de uma história banal e, muito menos culpados.
Defendo o hospital Santa Rita, a instituição hospitalar, que além de empregar mais gente em Palmeira dos Índios, tem incontestavelmente um leque de serviços prestados à Alagoas.
O Hospital Santa Rita não é um bem particular, uma propriedade privada ou um bem familiar. Não, ele é um Patrimônio de Alagoas; um bem coletivo que deve continuar a missão que o originou: servir a sociedade, aos ricos e aos pobres, aos pretos e aos brancos, aos bonitos e aos feios. Sua função é servir, servir e sempre servir.
Quantas vidas foram salvas pelo Hospital Santa Rita? Quantas famílias que nasceram, cresceram e se consolidaram graças a referida unidade hospitalar?
O Santa Rita já falhou? Quem nesta vida nunca falhou? Quem nunca cometeu pecado? Atire a primeira quem é infalível?
Intriga, rancor, mágoa, prepotência, arrogância, estupidez, ciúme e politicalha jamais deverão destruir uma instituição que há 64 anos presta serviço à população, que emprega 598 funcionários, que realiza 800 cirurgias a cada mês e interna milhares de pessoas, além de outros relevantes serviços.
Uma instituição dessa envergadura não pode continuar vítima da insensatez, da injustiça e do ódio. Aliás, esses valores só levam a destruição. Por isso, é necessário e urgente que o diálogo se estabelece e produza frutos; os frutos da paz, do amor, do trabalho e da saúde.
Sou terminantemente contra o desvio dos recursos financeiros do Hospital Santa Rita para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) por enes questões, entre as quais, destaco a de ordem técnica, justiça social e sobretudo, à vida.
Se alguém desconfia da aplicação correta do dinheiro, então reúna-se prefeitura, Ministério Público, representante dos segmentos organizados da sociedade e do Hospital Santa Rita para instituírem uma comissão com a missão de fiscalizar pari-passu a execução dos serviços provenientes dos recursos do Ministério da Saúde para a unidade hospitalar palmeirense.
Se ainda perdurar incompetência, que encontrem um gestor para gerir o Hospital Santa Rita, que apesar das falhas, ainda é referência e orgulho de Palmeira dos Índios.