DivulgaçãoBabalorixá sofre preconceito e organiza protesto em Arapiraca Todo SegundoPor Luan Moraes / EstagiárioE a intolerância religiosa fez-se presente no agreste alagoano. O babalorixá, ou pai de santo, Wellington Galdino da Rocha de 22 anos, foi vítima de preconceito religioso ao tentar comprar um artigo religioso num estabelecimento comercial de produtos cristãos, em Arapiraca. O pai de santo, registrou queixa na Central de Polícia de Arapiraca.
De acordo Pai Wellington Galdino, como a vítima é conhecida na região, no último dia 23 de novembro, ele se dirigiu a Loja da Esperança, situada na Rua Lúcio Roberto, no Centro da cidade, com o intuito de comprar uma imagem sacra para dar a uma ex-professora.
Informou que frequenta a loja a bastante tempo, pois tem o costume de presentear amigos com imagens, livros e outros objetos católicos. Porém, essa foi a primeira vez que decidiu ir à loja com roupas utilizadas nos costumes do candomblé.
O babalorixá Indagou que “A primeira vez que eu entrei fui muito bem atendido por uma funcionária da Casa da Esperança. Saí, fui até a loja vizinha e depois retornei. Foi então que começaram os ataques racistas por parte da dona do estabelecimento, conhecida como Carmelita”.
Pai Wellington acrescenta ainda que Carmelita pegou nas guias, um tipo de colar, que estavam dependuradas em seu pescoço e representam os orixás, ou seja, as divindades nas religiões de matriz africana. A senhora perguntou ainda, se ele tinha sido coagido a entrar na “macumba”.
“Eu respondi que não era macumbeiro, era candomblecista e tinha aceitado a religião por amor, mas mesmo assim ela insistia e continuou em prosseguir me agredindo com palavras e gestos racistas. Ainda tentou, inclusive, realizar uma espécie de ritual exorcista fazendo o sinal da cruz em minha testa”, contou a vítima.
“Estamos perdendo muito tempo com esse tipo de preconceito que não leva as pessoas a lugar algum. Quando as pessoas precisam de transfusão de sangue, ninguém pergunta se o sangue é de um cristão ou de um praticante de candomblé”, desabafou.
A proprietária da Loja, Carmelita Leite, em entrevista ao repórter Claudio Barbosa, da Novo Nordeste AM, negou ter praticado qualquer tipo de preconceito religioso ou ato de exorcismo contra o denunciante, conforme foi citado no Boletim de Ocorrência. Carmelita Leite confirmou ter indagado se o mesmo pertencia ao Candomblé, fazendo apenas uma observação se o mesmo estava convicto de sua fé.
“Já enfrentei vários problemas e nunca fui ao embate com ninguém, quem me conhece sabe”, destacou, garantindo que está tranquila e nunca ter tido problema com adeptos de outras religiões.
Ato contra o preconceitoFoi marcada para o próximo dia 9 de dezembro uma Caminhada Contra o Racismo e a Intolerância Religiosa que terá concentração na Praça Marques da Silva acontece a partir das 15h, no Centro de Arapiraca.
Vale Salientar que a lei 11635/07, enfatiza o caratér da liberdade religiosa no Brasil, assegurando o bem estar social através do disque denuncia. Portanto se você sofre qualquer tipo de preconceito, ligue 100 e defenda seus direitos.