Thallysson AlvesApós grave acidente, HGE devolve expectativa de vida a pai de família Todo SegundoPor Thallysson AlvesAcabou a aula, hora de voltar para casa. Passava das 22h quando Ítalo Gomes Silva, de 25 anos, pedalava pelas ruas do Centro de Maceió. De repente um ônibus cruzou seu caminho e o arrastou. O motorista não viu, mas um vigilante enxergou e alertou. Foi um desespero para todos que presenciavam o acidente. Rapidamente, os socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Corpo de Bombeiros chegaram e conseguiram levá-lo vivo ao Hospital Geral do Estado (HGE), onde se recuperou, graças à dedicação dos profissionais de saúde. Hoje, ele continua o tratamento em casa.
O resgate foi registrado por um canal de televisão e apresentado no dia posterior ao acidente, dia 23 de fevereiro de 2018. Também tenso, o repórter relata no vídeo, conforme testemunhas, que Ítalo foi arrastado cerca de 200 metros, desde o cruzamento da Catedral Metropolitana de Maceió, sentido bairro do Farol. Estático, o ciclista aparentemente tranquilo acreditava no êxito dos esforços dos socorristas, assim como agora acredita que conseguirá recuperar a sua rotina, após os cuidados especializados que tem recebido no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ).
O braço direito do estudante foi queimado devido ao atrito com o asfalto, assim como o joelho esquerdo e parte do couro cabeludo. A mão esquerda sofreu ferimentos e um inchaço tomou conta do pé esquerdo e ombro direito. Não era para menos, com tamanho impacto gerado pelo acidente. No HGE, Ítalo recebeu os cuidados da cirurgia vascular, cirurgia geral, cirurgia plástica, fisioterapia, psicologia, nutrição, comissão de feridas e terapia ocupacional.
“Nosso objetivo é poder ajudá-lo a recuperar suas atividades, voltar ao cotidiano que ele tinha antes do acidente. A terapia ocupacional auxilia o doente a encontrar melhores caminhos para voltar a realizar movimentos, que antes eram tidos como comuns, mas, após o trauma, passa a ser difícil, como levar o alimento até a boca e vestir uma camisa. Nós queremos que nossos pacientes reconquistem sua independência funcional, então estimulamos o cognitivo, trabalhamos o lado emocional e a ansiedade”, explicou a terapeuta ocupacional Thais Fortes.
Ítalo recorda de praticamente tudo desde o momento do grande susto. Casado e pai de um filho de 4 anos, ele afirma que tudo foi muito rápido. “Quando cheguei ao hospital, eu fui logo atendido na área vermelha. Estava confiante nos cuidados que estavam sendo feitos em mim, pois sei que eram realizados pelos melhores profissionais, experientes com tantos casos que acolhem todos os dias. Ainda bem que pude contar com uma assistência tão qualificada, pois no socorro desconhecia ser alérgico a alguns medicamentos, então ainda fui surpreendido com mais inchaços e dificuldade em respirar, tudo logo revertido pela mesma equipe. Agora também já sei que, além das feridas, preciso descobrir quais os agentes que meu sistema imunológico não tolera”, disse, quando ainda estava interno no CTQ.
Em casa, Ítalo segue as recomendações médicas em repouso e recebe os cuidados do ambulatório do CTQ, conforme agendamento indicado pelo médico. No último dia 22, sua mãe, Elza Gomes da Silva, o acompanhou na troca de curativos e se disse satisfeita com a atenção que seu filho vem recebendo.
“É tudo muito cauteloso, uma dedicação impecável. Ficamos felizes em saber que 100% do enxerto foi aceito pelo organismo dele [de Ítalo]. Breve receberemos o encaminhamento para que reinicie a fisioterapia e todo esse pesadelo possa ter fim”, almeja a mãe do jovem pai de família.