Alagoas aparece entre os estados com menor número de internações por envenenamento registradas no Sistema Único de Saúde (SUS) nos últimos 10 anos. Foram apenas 4 casos entre 2009 e 2024, de acordo com levantamento divulgado nesta segunda-feira (8), pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede).
O dado contrasta com o total nacional de 45.511 atendimentos em emergências da rede pública relacionados a envenenamento que demandaram internação. A média brasileira é de 4.551 casos ao ano, o que significa que a cada duas horas, uma pessoa deu entrada em hospitais do SUS por ingestão de substâncias tóxicas ou reações graves.
Nordeste teve 7.080 casos
Na divisão regional, o Nordeste somou 7.080 ocorrências. Bahia (2.274) e Pernambuco (949) lideram o ranking, enquanto Alagoas aparece ao lado de Acre (3 casos), Roraima (1) e Sergipe (8) entre os estados com números mais baixos.
O levantamento mostra que o Sudeste concentra quase metade dos casos (19.000), seguido pelo Sul (9.630), Nordeste (7.080), Centro-Oeste (5.161) e Norte (3.980).
Na lista por estados, os números mais altos estão em:
Já os menores índices foram registrados em:
Intoxicação proposital
Entre os 3.461 casos de internação por intoxicação proposital ou causada por terceiros, novamente os maiores números estão no Sudeste (1.513). Nos demais, os totais ficaram muito próximos: Sul (551), Nordeste (492), Centro-Oeste (470) e Norte (435).
Os estados mais afetados foram:
Enquanto isso, na outra ponta aparecem:
Perfil e causas
O estudo mostra que os envenenamentos no Brasil atingem majoritariamente homens (23.796 casos) e têm como principais vítimas jovens entre 20 e 29 anos (7.313 registros) e crianças de 1 a 4 anos (7.204).
Entre as substâncias mais relacionadas às intoxicações estão medicamentos analgésicos (2.225 casos), pesticidas (1.830), álcool (1.954) e anticonvulsivantes e sedativos (1.941).
Além dos episódios acidentais, a Abramede identificou 3.461 internações provocadas intencionalmente por terceiros, muitas delas ligadas a conflitos familiares ou interpessoais.
Risco permanente
Para a Abramede, os números refletem não apenas a gravidade dos casos, mas também a facilidade de acesso a venenos, a falta de fiscalização e a impunidade em situações de envenenamento proposital. A entidade lembra que, em contextos íntimos, substâncias tóxicas têm sido usadas como instrumento de violência, muitas vezes com motivações emocionais.
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