O uso de telefone móvel celular para fins pessoais atingiu, em 2024, 83,8% da população de Alagoas com 10 anos ou mais de idade. O dado representa cerca de 2,4 milhões de pessoas e integra o mais recente módulo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) sobre Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quinta-feira (24).
A pesquisa mostra um crescimento gradual e consistente na inclusão digital em Alagoas desde 2016, quando apenas 67,7% da população nessa faixa etária usava telefone celular. Em 2023, o índice era de 82,1%, demonstrando que, embora o ritmo de crescimento tenha desacelerado, o avanço permanece contínuo.
No recorte por sexo, as mulheres aparecem ligeiramente mais conectadas: 86,0% delas possuem celular, contra 81,3% dos homens. Em relação à cor ou raça, o maior índice de posse de celular está entre pessoas brancas (85,1%), seguidas por pretas (83,9%) e pardas (83,2%).
O estudo revela também uma clara variação por faixa etária. O grupo mais conectado é o de 25 a 29 anos, com 95% de pessoas utilizando telefone celular para uso pessoal. Entre os idosos com 60 anos ou mais, o percentual é significativamente menor: 67,1%. Ainda assim, esse grupo apresentou uma das maiores expansões no último ano, com crescimento de 3,7 pontos percentuais em comparação a 2023.
Já entre as crianças e adolescentes de 10 a 13 anos, a taxa chegou a 49,7% em 2024. Esse grupo também mostrou crescimento expressivo desde o início da série histórica, com alta de 21,3 pontos percentuais desde 2016, quando o percentual era de apenas 28,4%.
Mesmo com os avanços, 469 mil pessoas em Alagoas ainda vivem desconectadas, sem um telefone celular para uso pessoal. Isso representa 16,2% da população de 10 anos ou mais no estado. Em 2016, esse grupo era o dobro: 32,3%.
A pesquisa investigou os motivos que levam essas pessoas a não utilizarem celular. O principal fator foi não saber usar o aparelho (31,8%), seguido por preço elevado do aparelho ou do serviço (22,4%) e falta de necessidade (18,1%). Outros motivos citados foram o uso do celular de terceiros (15,5%), preocupações com privacidade ou segurança (3,5%) e indisponibilidade de serviço na área em que vivem ou frequentam (0,5%).
Chama atenção a queda no percentual de pessoas que indicaram o preço como obstáculo. Em 2022, esse motivo era citado por 37% dos entrevistados. Em 2023, caiu para 34,4%, e em 2024, despencou para 22,4%. Isso indica maior acesso a aparelhos mais baratos ou planos acessíveis no mercado.
A pesquisa também apontou que a inclusão digital está avançando mais devagar nas regiões Norte e Nordeste. Em 2024, essas duas regiões apresentaram os menores índices de pessoas com celular: 83,7% e 84%, respectivamente. As demais regiões registraram índices mais elevados: 91,3% no Sudeste, 92,6% no Centro-Oeste e 90,8% no Sul.
No cenário nacional, 88,9% da população com 10 anos ou mais de idade possui telefone celular para uso pessoal. Em áreas urbanas, esse percentual é de 90,5%. Já nas zonas rurais, a proporção cai para 77,2%.
Os dados reforçam que, embora Alagoas tenha avançado no acesso à telefonia móvel, persistem desigualdades que precisam ser enfrentadas com políticas públicas focadas na inclusão digital, especialmente voltadas a idosos, crianças, população rural e pessoas de baixa renda.
Os resultados fazem parte do módulo de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) da PNAD Contínua, realizado pelo IBGE desde 2016.
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