De repente, um famoso "maconha é remédio!" vindo do escritor e apresentador Eduardo Bueno, o Peninha. "Tem que prender quem não fuma!", gritou, na tentativa de "liberar" se não a legalização, pelo menos os passageiros.
Antes que a polícia viesse, o relógio já contava 8h55 – uma hora e 20 minutos trancados no "voo do baseado".
Foi aí que um grupo de passageiros quis sair. "A escada está aqui, vamos abrir a porta e sair!" Os comissários tentavam bloquear a saída. Minutos depois, chegava a PF.
Com a espera total de uma hora e 50 minutos (mais do que o tempo de voo) ao menos 90 passageiros perderam conexões, segundo funcionários. O suspeito, que iria (e foi) passar férias em Alagoas, foi conduzido pela PF. Ouvido, negou tudo.
Segundo a PF, a comissária relatou que havia 18 "baseados" em um maço de cigarros. A polícia não informou a quantia (a bordo, o zum-zum-zum dava conta que era menos e foi parar na privada).
Ao final da confusão, o jovem assinou um termo circunstanciado e foi liberado.
"É fácil acusar. Ele tem 19 anos. Queria saber se eu que tivesse ido ao banheiro, se ela ia me acusar", defendeu a mãe, que pediu anonimato.
"Ele colocou a vida de todo mundo em risco", justificou um funcionário da TAM, sobre o risco de incêndio para quem fuma dentro do avião.
Com a demora para a chegada da PF, que alegou estar atribulada com a demanda pela manhã, quem acabou "preso" foram outros passageiros.
"Vou perder 12 horas nessa brincadeira. Me ferrei por meio baseado que eu nem vi", disse a estudante Anelise Wätcher, 20, que perdeu um voo para Lima, e ainda esperava por outro na noite de sexta.
Em nota, a TAM diz que o atraso ocorreu devido ao "passageiro indisciplinado" – nome técnico dado a passageiros que descumprem regras-, diz que seguiu as normas e que "prestou a assistência" aos que perderam conexões".
Do Folha de São Paulo
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