08/06/2025 10:19:21
Polícia
Major que matou filho e cunhado em Maceió havia sido preso em Palmeira
PM havia sido denunciado pelo próprio filho por violência doméstica há menos de um mês
Cortesia ao Todo SegundoMajor da Polícia Militar, Pedro Silva e seu filho de 10 anos, morto por ele
Todo Segundo

O major da Polícia Militar, Pedro Silva, morto em confronto com o Bope na noite deste sábado (7), em Maceió, havia sido preso menos de um mês antes em Palmeira dos Índios por violência doméstica. A denúncia, feita pelo próprio filho, apontava agressões contra a esposa e ameaças de morte aos familiares.

No episódio registrado em 10 de maio, Pedro Silva foi preso após o filho do casal, Pablo Victor Pereira Silva, procurar a polícia e relatar que o pai havia agredido a mãe e ameaçado a família. Ele foi conduzido à delegacia de Palmeira dos Índios, onde foi formalizado o flagrante. Depois disso, o major foi encaminhado à Academia da Polícia Militar, em Maceió, para cumprir pena administrativa.

Entretanto, neste sábado, o militar protagonizou uma tragédia no bairro Prado, na capital alagoana. Em surto psicótico, Pedro fez a própria família refém e assassinou o filho, de apenas 10 anos, e o cunhado. A informação foi confirmada pelo secretário executivo da Segurança Pública, coronel Patrick Maia, que descreveu a cena como “uma verdadeira carnificina”.

“É um local extremamente horrível de ver. Temos elementos de criança amputada, corte de cabelo… Um cenário brutal, onde um elemento em surto psicótico, de forma totalmente destemperada, tomou a própria família como refém”, relatou o secretário.

Conforme a investigação, Pedro estava detido na Academia da PM desde janeiro por violência doméstica e havia recebido autorização para passar o dia com os filhos. Durante a visita, ele conseguiu fugir da custódia. Segundo a polícia, o major interceptou o carro de um amigo que o acompanhava, esfaqueou-o na mão e o obrigou a levá-lo até a casa da ex-esposa, onde iniciou o sequestro.

Na residência, Pedro manteve cinco pessoas como reféns: a ex-companheira, o irmão e a irmã dela, além dos dois filhos — de 2 e 10 anos. As negociações foram conduzidas pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), com o apoio da filha mais velha do major, de 32 anos, que, mesmo em período de resguardo após dar à luz, foi a única com quem ele aceitou conversar.

Três reféns foram resgatados com vida: a ex-esposa, a cunhada e a criança de 2 anos. Mas, infelizmente, o filho de 10 anos e o cunhado foram assassinados antes da entrada da polícia. Pedro Silva foi morto na intervenção do Bope, que agiu para salvar os reféns restantes.

O caso está sob investigação da Polícia Civil, que também apura como o major conseguiu escapar da custódia na Academia da PM.

“O momento agora é de dar assistência às vítimas e familiares. O local está isolado, e todas as pessoas envolvidas serão ouvidas. A investigação será rigorosa”, concluiu o coronel Patrick Maia.

A tragédia escancara falhas graves no sistema de custódia e na fiscalização de oficiais punidos por violência doméstica, além de evidenciar o drama vivido por familiares vítimas de violência doméstica e psicológica.

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