O corpo da soldado Izabelle Pereira dos Santos foi exumado na manhã desta quarta-feira (12), no Cemitério da Piedade, em Maceió. Integrantes dos Institutos de Criminalística (IC) e Médico Legal (IML) fizeram a retirada dos restos mortais da militar e os encaminharam para análise. O objetivo é avaliar se algum projétil que atingiu a vítima deixou de ser retirado durante a necropsia. A expectativa é que o laudo seja concluído dentro de 20 dias.
De acordo com o diretor do IML, Luís Mansur, a análise dos restos mortais começa ainda nesta quarta-feira, mas só deve ser concluída amanhã. Segundo ele, a exumação deve confirmar o que foi constatado pelos peritos durante a necropsia realizada no corpo da militar. Os profissionais afirmam que todos os projéteis transfixaram a vítima e nenhum deles ficou armazenado no corpo de Izabelle.
“A necropsia foi suficiente e não houve falha do IML, mas para tirar a dúvida, é preciso fazer a exumação”, destaca Mansur.
O delegado Lucimério Campos, que é responsável pela investigação do caso, esteve no Cemitério da Piedade na manhã desta quarta-feira e voltou a afirmar que a linha de investigação é homicídio. “Resta saber se foi culposo ou doloso”, afirmou.
O responsável pelo inquérito militar, capitão Thayronilson Emery, também foi acompanhar a exumação do corpo da soldado, destacando que a investigação só será concluída depois da conclusão do laudo e da realização da reprodução simulada, que será realizada até o mês de dezembro, com apoio da Polícia Federal (PF).
Segundo o militar, todos os policiais que estavam na viatura no momento em que Izabelle foi atingida pelos disparos estão afastados das funções. “A movimentação dos policiais militares aconteceu de forma natural dentro do carro. Na investigação também está claro que houve o acionamento do gatilho, mas ainda não sabemos de onde partiu. O inquérito só será finalizado quando foi feita a exumação e a reprodução simulada e ainda não é possível dizer se os policiais vão perder a farda”, afirmou.
Além de familiares da vítima, o perito médico-legal consultor, George Sanguinetti, foi acompanhar a exumação da soldado de forma voluntária. Ele afirmou que o objetivo do trabalho foi localizar os projéteis no corpo da jovem. Na ocasião, ele questionou a não realização do exame de DNA no sangue encontrado na viatura e ressaltou que alguns ferimentos foram encontrados no braço da vítima e que é preciso saber o que teria originado as marcas.
O pai de Izabelle, Cláudio Santos, falou sobre o sentimento de dor e de perda, que, segundo ele, se torna maior diante do descaso por parte das autoridades competentes. “No HGE, foi feito um exame resumido e a perícia não foi ao hospital acompanhar. Todo o processo investigativo foi incompleto. O Instituto de Criminalística afirmou que houve acionamento de gatilho e eu estou juntando provas para mostrar que não houve acidente”, destacou o pai da vítima.
Do GazetaWeb
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