25/08/2025 13:06:59
Polícia
Clínica em Alagoas tinha “quarto da tortura”, aponta Polícia Civil
Parede do chamado “quarto da tortura” tinha manchas suspeitas, possivelmente de sangue
PC-ALPolícia encontra “quarto da tortura” em clínica onde esteticista morreu em Marechal Deodoro
Todo Segundo

Uma operação integrada realizada na manhã desta segunda-feira (25), expôs um cenário de horrores no imóvel onde funcionava a comunidade terapêutica em que morreu a esteticista Cláudia Pollyane Faria de Santa’Anna, em Marechal Deodoro, na região Metropolitana de Maceió.

Segundo a Polícia Civil, o local tinha um espaço conhecido pelos internos como “quarto da tortura”, onde eram praticados atos de violência contra pacientes. A parede do cômodo apresentava manchas suspeitas, possivelmente de sangue, resultado de agressões sofridas por quem era mantido no espaço.

“As pessoas que foram ouvidas no inquérito policial deixaram claro isso. A situação deixa muito evidente o cometimento de crime de tortura”, afirmou a delegada Ana Luiza Nogueira, que conduz as investigações ao lado da delegada Maria Eduarda.

Além das denúncias de tortura, a polícia apurou relatos de violência psicológica e até estupro dentro da clínica. O imóvel, que contava com quatro quartos, apresentava sinais de abandono, mofo e falta de manutenção.

De acordo com os investigadores, cerca de 20 pacientes eram submetidos a regras cruéis. Entre elas, a determinação de tomar banho em apenas dois minutos, sempre de forma cronometrada, o que reforça o caráter de maus-tratos.

A operação contou com a participação da Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Científica, Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária e outros órgãos. Após o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, o local foi interditado.

Caso Cláudia Pollyane

A morte da esteticista Cláudia Pollyane Faria de Santa’Anna, registrada no dia 9 de agosto, foi o estopim para que as investigações avançassem.

A família da vítima registrou Boletim de Ocorrência após médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Marechal Deodoro terem informado a presença de hematomas no corpo da mulher. No mesmo dia, o representante da clínica também comunicou o óbito às autoridades.

Desde então, a Polícia Civil investiga se a morte de Cláudia está relacionada aos abusos e se outros crimes praticados dentro da clínica contaram com a participação de mais pessoas além dos responsáveis já identificados.

“As investigações seguem para identificar todos os envolvidos e garantir justiça às vítimas que passaram por tanto sofrimento naquele lugar”, completou a delegada Ana Luiza.

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